quinta-feira, 26 de abril de 2007
Encera a laje, maninho, que vai tê festa!
Há não mais que três verões chuvosos, um pequeno moleque bizarro nasceu de parto anormal, debaixo de uma configuração astral das menos prósperas: seu pai neurológico estava prestes a completar 25 anos (quem assistiu “Vida de Solteiro” sabe que essa idade é fatal) e entrou em crise porque não tinha porcaria nenhuma na vida: nem carreira, nem dinheiro, nem canudo, nem ninguém por quem valesse a pena largar tudo isso, caso tivesse. Até os amigos andavam desaparecendo – à caça de carreira, dinheiro e canudo pra sustentar a vida normal de família, filhos e tal.
Daí o jeito foi fazer autoterapia a bordo da única habilidade razoavelmente decente concedida pela divina (?) providência: rir da própria desgraça (e da desgraça alheia, caso faltasse assunto) através da escrita. Tava lançado o Bizarro Kid.
Os tais pouco mais de três anos se arrastaram sobre pedras. Mais ou menos como aqueles elefantes marinhos da Discovery, com a diferença de que não havia uma fêmea de duas toneladas esperando no final (felizmente, convenhamos). Mas o tal caminho teve lá seus méritos – afinal, pedras servem para afiar. O menino e seu pai saíram de lá um pouco menos fracotes, encararam o Monstro fazendo careta e arrancaram dele não apenas carreira, canudo e dinheiro (esse totalmente torrado, porque a gente até pode ser de ferro, mas lubrificar o maquinário sai caro). Também havia ali coisas mais importantes: idéias, personalidade e visões preciosas, devidamente empacotadas na forma de criaturas humanas bem raras. Gente muito, mas muito boa, que passou por ali com algo a dizer e que ambos, pai e menino, tiveram a extrema e bizarra sorte de saber ouvir.
Antes que eu fique perigosamente sentimentalóide (essas coisas só são permitidas às três da manhã, sem ninguém exceto o Roberto Carlos por perto), aqui vai o motivo deste já extenso prelúdio: mês que vem a primeira versão do Bizarro Kid estaria completando aí seus três anos, e o presente veio antes: todo mundo que me acompanha desde aquela época está bem, tocando a vida com o bom humor e a dignidade de sempre, mesmo naqueles momentos em que não há muitos motivos para rir – a não ser que você seja um personagem do Fellini, do Almodóvar ou do Walt Disney. Alguns voltaram depois de bastante tempo só pra contar que tudo continua esquisito como sempre (graças!). Outros apareceram só pra vender herbalife, aparelhos para abdominais e aumentadores de pênis (o que eu também agradeço: viver magro, sarado e com pau grande é tudo o que qualquer um quer da vida).
A festa vai rolar a partir de maio, e eu já comecei a preparar a casa pra tanto. De cara, incluir links pros bizarros de honra, que não deixam de aparecer pra pôr um sorriso nestes meus dentes de pacu. Logo depois, fazer um puxadinho pra abrigar três novas seções – um baú de bizarrices guinchadas de antigas edições do blog (que sobreviveram às chuvas), um espaço decente (e mais regular) pro coitado do Tchaca-Tchaca e um podcast ocasional, com aqueles sucessos que só o Bizarro Kid colaria no seu ouvidinho (eu tô mexendo num treco aqui que ensina a editar e pôr no ar o tal podcast, mas na pior das hipóteses sempre dá pra pedir ajuda aos universitários).
E é isso, pois que post longo, só de nhé-nhé-nhé e sem nenhuma figurinha, ninguém tem saco de ler. Beijo grande, meu povo!
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5 comentários:
Ai ai ai... deixa eu inaugurar os comentários de parabéns! Vi nascer, se desenvolver e amadurecer né? Adoro tudo o que vc escreve. O estilo é próprio, original, com tom sarcástico, natural e esporâneo. Sou sua fã. Mas sabe o que é melhor? Nossos papos. São impagáveis. Merecemos tê-los sempre. Saudade de tu. Beijão e abraço apertado.
Manozinho, resumindo: Bizarro vai ficar chiquérrimo de poscast e tudo. E nos sempre na cola te aplaudindo.
Ai Bizzy,eu fiquei emocionada de ver que meu menininho, que eu peguei no colo, dei de comer e limpei a bumbum sujo tá tão grande, tão lindo, tão tudo! Eu me sinto uma das pessoas que vc citou e vc sabe disso e, eu queria te dizer que sinto um orgulho muito grande disso. Em maio eu espero estar aí pra poder compartilhar essa alegria de pertinho. Muitos e muitos beijos!!!
Menino Bizarro, todo pávulo! Mano, por ti eu me acoco, pego meu perfequi e encero a laje! Paabéns! Fico muito feliz de estar limkada ali do ladinho! Beijos, meu muso!
Aff... eu fico troncho de felicidade quando vocês escrevem essas coisas! Gente, muito obrigado mesmo. Se começou apenas como ferramenta-pessoal-tira-stress-literário, hoje é pra vocês que eu mantenho esse manicômio verborrágico aberto. Brigadão!
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