quarta-feira, 24 de junho de 2009

SMILE!


Discordo de quem reclama que revistas da linhagem "Caras" são fúteis. Para o mercado editorial, por exemplo, elas são utilíssimas: uma vez que os personagens que recheiam tais publicações tem muito pouco a dizer (e o pouco que dizem precisa ser impiedosamente editado), sobra mais espaço para os anunciantes. That’s entertainment!

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Por outro lado, deve ser frustrante para tais personagens dar-se conta de que, ao contrário do que imaginam, eles não são a atração principal da revista, servindo apenas de calhau para separar um anúncio publicitário de outro. Mas peraí: eles jamais se dariam conta disso, né? Ufa.

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É por isso que a vaidade continua sendo o pecado predileto do Al Pacino. É, sem dúvida, o mais lucrativo.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

ARRUDEIA, PLAYBOY!


Os índios da América do Norte não conheciam o cavalo. Os do Amazonas também não: eles saltaram das canoas direto pras motocicletas da Zona Franca, e é por isso que pilotam daquele jeito. Tava eu lá, parado no cruzamento, e tive a burrice de respeitar a margem de segurança da faixa de pedestres. Pra quê. De repente a Filial Inferno da Honda me despacha uma, duas, oito motocas devidamente empoleiradas por proletários das mais variadas subespécies, que por mistérios da vida julgaram caber todos juntos nos três metros quadrados que separavam as fuças do meu Palio do infeliz grupo de pedestres que resolvera atravessar por ali.

É claro que ia dar merda. Vendo seu espaço invadido, os pedestres foram abrindo caminho na selva de motoboys à base de grunhidos, empurrões e sacoladas do Carrefour (daquelas peso-pesado, que era dia de promoção). Em centésimos, teve início um bate-boca dos mais entusiasmados - e bem na frente do meu carro, óbvio, que é pra eu não perder o hábito de sempre me fuder no trânsito, não importam as circunstâncias.

Veio azulzinho apitando. Veio um monte de pobre dos carros ao lado, que resolveram parar pra assuntar (porque pobre adora um barraco). Veio vendedor de pitomba e de raquete elétrica de matar carapanã (eu comprei uma). O sinal abriu. Fechou. Abriu de novo. Nos 50 segundos seguintes, consegui identificar 18 tipos diferentes de buzinas estridentes soando atrás de mim. Nos demais 120 segundos eu não consegui identificar mais nenhuma.

Daí saí do carro, chamei a atenção do delinquente categoria "A" mais próximo e gesticulei, em pânico, pra arruaça que estava se formando por causa daquela briga besta.

A resposta da criatura? Uma impenetrável cara de "vai-te pra PQP" e um berro histriônico: "ARRUDEIA, PLAYBOY!"

Ah, minha fleuma caboclo-britânica. Respirei fundo, entrei no carro devagar, engatei a primeira... e, placidamente, "arrudiei" mesmo. Por CIMA do pacote que o simpático havia deixado no chão, na hora da discussão. E pude ouvir, com indisfarçada satisfação, aquele sonzinho inigualável vindo lá de dentro - o tipo de som que bugigangas caras costumam fazer quando destroçadas.

Tá vendo só? As pessoas reclamam demais. É perfeitamente possível aproveitar o trânsito pra aliviar o stress.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Momentos Sony


- Bota logo esse maiô e vamos pra piscina enquanto ainda está no horário geriátrico, porque depois chega aquela playboyzada sarada insuportável que obriga a gente a esticar a dieta até quinta-feira.

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- Olha aqui, o pacote que vocês me venderam veio com três canais evangélicos. TRÊS. Eu troco os três por UM canal de sacanagem! Unzinho só! O que tem de complicado nisso?

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- Tu tens que me ensinar a beber vinho e uísque, porque daqui a pouco eu chego nos 40. Se é pra virar um velho bêbado, que seja um bêbado chique.

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- Ah, mandei pastar. Não dá pra ter relacionamento sério com um cara cuja mãe é terapeuta.

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- Pra quê comprar tanta roupa nova se eu só te vejo realmente feliz quando tu consegues entrar nas roupas velhas?

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- Joguei fora. Ahm? Eram do teu carro?

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- Não, eles não são divorciados. Só de vez em quando.



Homenagem a meus casais bizarros preferidos, na semana em que celebram a magia do amor. Viva!