terça-feira, 8 de maio de 2007

Baú Bizarro: Tchaca-Tchaca naftalinado!

Promessa é dívida: como parte das comemorações pelos três anos de bizarrices, tá aberta a sessão "Baú Bizarro" - onde vão figurar, de quando em quando, besteiradas clássicas de versões anteriores do blog. Começando por essa aqui: uma das primeiras (e mais longas!) colunas do nosso rato-de-festa preferido!

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Corre, cabocada, que o rato voltou!

Pobre não tem nada, mas é tudo!

Esnobando um impecável bronzeado naquele tom mormaço-na-laje-do-São-Raimundo, depois das longas férias no badaladíssimo Lago do Canaçari (sorry, Hamptons!), eis que ele está de volta! Tchaca-Tchaca, o Rato mais Hype dos igapós de Manô, reassume sua coluna anti-social no laureado alfarrábio do chefe Bizarro Kid! Para alegria da reculhamba de plantão, ele volta com o dicionário de caboquês atualizadíssimo e mais cheio de novidade que artista parintinense voltando do carnaval no Rio. Se joga, maninho rato!

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Se Joga! Se joga em terra alheia!

Foi a modo qualquer coisa de paidégua o rasga-velha da Nhanhá Palmira lá no Suvaco da Cobra! Tinha de tudo na randevú da hostess mais badalada da novíssima comunidade Vila da Carbrás: caldo de bodó, guisado de paca com colorau, maniçoba com leite de amapá e - pasmem! Até buchada, iguaria finíssima nos dias de hoje (em que o Fome Zero não faz nada pra coibir o aumento abusivo da cotação do bode no mercado).

Nhanhá Palmira, que além de anfitriã das mais finas é também a honorável matriarca de uma igualmente honorável família de posseiros santarenos, partiu para o Pará de seu berço - provisoriamente, é claro - e promete retornar de lá na primeira frota de rabetas, carregando debaixo da asa um número de parentes suficiente para abarrotar 3 presídios do Puraquequara e 2 Vivaldões em dia de show da Calypso. E vem todo mundo pra ficar, pois como diz a própria Nhanhá, "Terra Boa é Aqui! Ninguém aparece pra derrubar nosso barraco!" Isso é que amor por Manaus!

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“Fecho os olhos pra não ver passar o rato...”


"Tira o pé do chããããão!!!" - Mas tira MESMO, manazinha!

Tchaca-Tchaca não confirma nada, mas a rádio-corredor é cruel: abismada, uma assídua leitora passou mensagem pro meu pre-paid cell só pra dizer que apareceu uma ratazana, daquelas criadas com fubá, bem no meio do bafafá Axé-Vip promovido pela Amazônia Selo-Lá na prainha daquele hotel wild-chicoso (que vocês já sabem qual é). O mucurão bombado apavorou geral na tertúlia dos bacanas e teve gente dizendo que era eu! Mas quando, já? Eu nem fui convidado pra festa, gente...

Agora, imagino a cena: mil patricinhas convidadas, que atraíram outras duas mil raimundinhas penetras, dançando bundalelê espremidas na praia, fazendo o maior esforço pra ralar o tcham na boquinha da garrafa... até descobrir que, na verdade, estavam mesmo era ralando o tcham no focinho da mucura. Considere o rebu.

O ilustre roedor que entrou de bicão deve bem ter sido aquele meu primo metido a fino, que se amarra num babado... novo! Pois na próxima, eu também vou! Vai dar mais rato que piranha nessa praia! Uhúúú, Já é!

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Esporte não é Saúde! Mas Pratique assim mesmo!

Quem é fino de verdade não se aperta com dificuldades: nóis é pobre, mas nóis semo é apresentado, Baby! É por isso que a tradicionalíssima comunidade do Buraco do Pinto organizou um novo calendário desportivo e de lazer, coincidindo com as enchentes que assolam suas esburacadas ruas inverno sim, outro também: as Olimpíadas do Bodó! Compostas apenas de provas aquático-lamacentas, as Olimpíadas estimulam a camaradagem entre vizinhos, ajudam a atenuar a deprê de perder tudo no alagão e têm baixíssimo impacto ambiental - já que tudo que podia causar poluição já foi arrastado pela enxurrada, mesmo... Simples e brilhante demonstração do espírito esportivo e adaptabilidade do nosso caboclo, capaz de tirar proveito das mais funestas circunstâncias!

Confira agora as três principais provas deste ano e seus respectivos vencedores:

- Revezamento quatro por meia dúzia: ganha a família que conseguir organizar um mutirão-relâmpago para tirar todos os móveis de dentro de casa, a tempo de salvá-los da enchente. Conseguir carregar a geladeira valia 10 pontos; sofá valia 15 - mas só se ele já estivesse encharcado (pesa mais e torna o desafio maior). Ganhou a tradicionalíssima família Pinto, que não deu nome ao bairro por nada: seus competidores são a epítome da garra e da perseverança que só décadas de infortúnio conseguem produzir no espírito humano. Aplausos!

- Medley Malária: longa e duríssima prova de resistência - praticamente a Maratona da Olímpíada do Bodó. Ganha o último morador da comunidade que conseguir permanecer de pé, mesmo depois de contrair uma inevitável malária. Também qualificam para a competição todas as infindáveis variantes de Pragas da Enchente: leptospirose, febre amarela, dengue e até mesmo sua vertente mais aterradora, o OVNIMA (Objeto- Virótico-Não-Identificável-por-Médicos-Amazonenses). Em um resultado polêmico, o troféu ficou com o pedreiro Totonho Espoca-Conga, que havia sido o segundo colocado na prova - uma vez que o verdadeiro vencedor, conhecido apenas como Sêo Matinha, foi considerado hors concours: ele já contraiu todas as doenças tropicais catalogadas no Alfredo da Mata (e mais um bocado das não catalogadas), permanecendo inexplicavelmente vivo. Dizem que ele tomou a garrafada milagrosa da Dona Nêga, que cura até dor de corno. Com isso, Sêo Matinha, apesar dos protestos, não levou o prêmio e ainda está sendo investigado por suspeita de dopping. Trágico.

- Corrida de Correnteza (com barreiras): nessa prova, os competidores se agarram a portas, tampas de mesas, pneus, isopor de picolezeiro ou qualquer coisa que flutue e tentam chegar vivos ao fim da Cachoeira Central (que, em meses menos chuvosos, também é conhecida como Avenida Getúlio Vargas). Tivemos duas vencedoras: as gêmeas Xuxa e Duquesa, vira-latas do Chico Padeiro. Montadas em um bote de plástico-bolha, as cadelinhas chegaram parcialmente conscientes à linha de chegada e fizeram por merecer o prêmio (e o resgate). Jenniffer Camilly, caçula da família Pinto, ganhou um prêmio especial por concluir a prova com menos danos: apenas uma pneumonia, uma amebíase e três costelas fraturadas (um recorde!)


O evento deveras emocionante encerrou-se com o comovente discurso do morador mais velho do bairro, Sr. Pinto "Molhado" (o epíteto carinhoso é tão antigo quanto o próprio bairro), lembrando a todos que no ano que vem vai acontecer tudo de novo - quer queiram, quer não. Os troféus - mimos concebidos pela Jacinta costureira em forma de mosquito da malária, confeccionado com molas de colchões inaproveitáveis - eram um espetáculo à parte. Só o que não prestou foi a dona Juçara, que entregava os troféus. Com ares de dona da festa, tava se achando o pitó, toda de preto e com aqueles óculos de aro grosso, parecendo o Carão da Ciranda. Nota zero para essazinha, que desde que ganhou no bicho e assinou a Caras de 3 vezes no Fininvest pensa que é fina! Mais fácil secar o Buraco do Pinto a rodo do que alguém dar trela pra marmota dessa bruaca abilesada... Mas quando, já?

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E por hoje, a modo, é só. Mês que vem eu tô de volta, fazendo a cobertura exclusiva do acontecimento mais comentado da moda-baixada: Cacau Pirêra Féxion Uíqui 2005!

(Publicação original: Quarta-feira, 27 de Abril de 2005. Mais ou menos.)

5 comentários:

DaniG. disse...

Ah pera la que eu tenho uma fotA tua parecidissima com essa. Tu e Emo fazendo a mesma pose pro papagaio da petrobras. Ta ? Qto me paga pra nao publicar ? ha ha ha ha ha (risadinha maligna)

Alexandre Nogueira Santana disse...

Putz! Eu me lembro dessa foto! E a gente nem tava tão bêbado assim... o papagaio nunca mais se recuperou do trauma, coitado :-)

Anônimo disse...

Manozinho, eu tô aqui me matando de rir (de novo), especialmente com a comparação com o carão. Eu adooooro ciranda e já dancei muito! Abafaaaaaa! Beijos.

Andrea disse...

Mano, repara, uma mulher buXuda não pode passar por esse tipo de emoção forte assim não...É do não se aguenta! Putz, o Cacau Pirera faxion uiqui é um dos meus preferidos...!!! Eu vou me recuperar dessa e volto pra ver!
A barriga da bicha ficou doendo de tanto rir...
Milhões de beijos mui calientes!

Alexandre Nogueira Santana disse...

Pára tudo: Ziza, Rainha da Ciranda? E anuncia isso assim, sem mais nem menos? Ah, não! Queremos provas fotográficas!

E Dea, trate de cuidar dessa barriga, senão eu fico preocupado... se bem que ginástica gargalhal (?) não deve fazer mal, né? Outros tantos milhões de beijos procê!