terça-feira, 10 de novembro de 2009
Curtas & Bizarras
Goiânia ou Auschwitz?
Tio Bizarro, a trabalho, é convidado a participar de um City Tour por Goiânia, com um guia bastante peculiar. Primeira parada: "Aqui foi encontrada a cápsula de Césio-137 que contaminou 300 pessoas". Segunda parada: "Aqui foi o cativeiro do Wellington, irmão do Zezé di Camargo e do Luciano, onde arrancaram a orelha dele". Terceira parada: "Aqui é onde morava a Vilma, a enfermeira que sequestrou o Pedrinho da maternidade". Tio Bizarro em pânico: "Se a próxima parada for a ex-plantação de tomates do Leandro e Leonardo ou outro lugar ainda mais horripilante, me deixa aqui mesmo, porque essa porra de City Tour tá mais pra trem fantasma!".
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Manaus, Tela dos Mil Contrastes
E o tapete vermelho do Amazonas Film Festival fez bonito em termos de democracia. Tinha atriz anoréxica com microvestido que valia mais que um carro popular, diretor bicho-grilo revoltado com o "sistema" (mas que não dispensa um holofote nem um jantar VIP), cineastas caboquinhos acenando pra ninguém e um picolezeiro vestido de homem-aranha. Os nomes? Ninguém sabia até que fossem anunciados. E um dos mais aplaudidos pela cabocada foi o Victor Fasano - não exatamente por ser um ídolo, mas por ser o único alto o bastante pra ser visto pela grade sem maiores esforços...
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Halloween à Grey's Anatomy
Se tem uma criatura que ultimamente tem me superado em experiências bizarras é o Naka - que conseguiu passar a noite de Halloween no Pronto-Socorro 28 de Agosto. Cleópatra, Drácula, Mulher-Gato, Chapolim e outras peronalidades ilustres também passaram a noite lá: só de coma alcóolico, foram oito vítimas da mesma festa (porra, nunca me convidam pra uma festa dessas!). Mas o Ouro da vez foi para duas Pedritas que, solidaríssimas, levavam a Betty Boop, numa cadeira de rodas, para bater uma radiografia da bunda. Nem as pin-ups são eternas.
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Currículo Pitiú
E pra fechar, mais uma da inesgotável fonte de pérolas chamada Câmara Municipal itacoatiarense: o assessor vira pro chefe e, cheio de boa vontade, pede: "Vereador, a dona Coisinha lá do cerimonial vai precisar do seu Currículo!". E o Excelência responde: "Currículo? Eu até tinha um, mas emprestei pro meu cumpadi pescar tucunaré..."
Daí a pergunta do mês pro psiquiatra que eu ainda nem tenho: "Dotô, é Prozac ou Projac?"
quarta-feira, 24 de junho de 2009
SMILE!
Discordo de quem reclama que revistas da linhagem "Caras" são fúteis. Para o mercado editorial, por exemplo, elas são utilíssimas: uma vez que os personagens que recheiam tais publicações tem muito pouco a dizer (e o pouco que dizem precisa ser impiedosamente editado), sobra mais espaço para os anunciantes. That’s entertainment!
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Por outro lado, deve ser frustrante para tais personagens dar-se conta de que, ao contrário do que imaginam, eles não são a atração principal da revista, servindo apenas de calhau para separar um anúncio publicitário de outro. Mas peraí: eles jamais se dariam conta disso, né? Ufa.
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É por isso que a vaidade continua sendo o pecado predileto do Al Pacino. É, sem dúvida, o mais lucrativo.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
ARRUDEIA, PLAYBOY!
Os índios da América do Norte não conheciam o cavalo. Os do Amazonas também não: eles saltaram das canoas direto pras motocicletas da Zona Franca, e é por isso que pilotam daquele jeito. Tava eu lá, parado no cruzamento, e tive a burrice de respeitar a margem de segurança da faixa de pedestres. Pra quê. De repente a Filial Inferno da Honda me despacha uma, duas, oito motocas devidamente empoleiradas por proletários das mais variadas subespécies, que por mistérios da vida julgaram caber todos juntos nos três metros quadrados que separavam as fuças do meu Palio do infeliz grupo de pedestres que resolvera atravessar por ali.
É claro que ia dar merda. Vendo seu espaço invadido, os pedestres foram abrindo caminho na selva de motoboys à base de grunhidos, empurrões e sacoladas do Carrefour (daquelas peso-pesado, que era dia de promoção). Em centésimos, teve início um bate-boca dos mais entusiasmados - e bem na frente do meu carro, óbvio, que é pra eu não perder o hábito de sempre me fuder no trânsito, não importam as circunstâncias.
Veio azulzinho apitando. Veio um monte de pobre dos carros ao lado, que resolveram parar pra assuntar (porque pobre adora um barraco). Veio vendedor de pitomba e de raquete elétrica de matar carapanã (eu comprei uma). O sinal abriu. Fechou. Abriu de novo. Nos 50 segundos seguintes, consegui identificar 18 tipos diferentes de buzinas estridentes soando atrás de mim. Nos demais 120 segundos eu não consegui identificar mais nenhuma.
Daí saí do carro, chamei a atenção do delinquente categoria "A" mais próximo e gesticulei, em pânico, pra arruaça que estava se formando por causa daquela briga besta.
A resposta da criatura? Uma impenetrável cara de "vai-te pra PQP" e um berro histriônico: "ARRUDEIA, PLAYBOY!"
Ah, minha fleuma caboclo-britânica. Respirei fundo, entrei no carro devagar, engatei a primeira... e, placidamente, "arrudiei" mesmo. Por CIMA do pacote que o simpático havia deixado no chão, na hora da discussão. E pude ouvir, com indisfarçada satisfação, aquele sonzinho inigualável vindo lá de dentro - o tipo de som que bugigangas caras costumam fazer quando destroçadas.
Tá vendo só? As pessoas reclamam demais. É perfeitamente possível aproveitar o trânsito pra aliviar o stress.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Momentos Sony
- Bota logo esse maiô e vamos pra piscina enquanto ainda está no horário geriátrico, porque depois chega aquela playboyzada sarada insuportável que obriga a gente a esticar a dieta até quinta-feira.
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- Olha aqui, o pacote que vocês me venderam veio com três canais evangélicos. TRÊS. Eu troco os três por UM canal de sacanagem! Unzinho só! O que tem de complicado nisso?
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- Tu tens que me ensinar a beber vinho e uísque, porque daqui a pouco eu chego nos 40. Se é pra virar um velho bêbado, que seja um bêbado chique.
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- Ah, mandei pastar. Não dá pra ter relacionamento sério com um cara cuja mãe é terapeuta.
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- Pra quê comprar tanta roupa nova se eu só te vejo realmente feliz quando tu consegues entrar nas roupas velhas?
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- Joguei fora. Ahm? Eram do teu carro?
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- Não, eles não são divorciados. Só de vez em quando.
Homenagem a meus casais bizarros preferidos, na semana em que celebram a magia do amor. Viva!
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Flavia Grosso pra prefeita!
Sucupira perde feio e Saramandaia não chega nem perto. Manaus detém com folga o título atual de capital tupiniquim do absurdo. Tá sem prefeito: o Negão fugiu pra pedir penico pro Buchada, pouco antes de xingar o Coveiro Português e ameaçar tacar polícia em cima dos manifestantes que tiveram a cara-de-pau de ir pra rua, cobrar promessa de campanha. Tá sem vice-prefeito também, já que Carlinhos tá ocupado demais com os probleminhas de pistolagem/tóchico dos demais Irmãos (e sobrinhos) Metralha. Tá sem governador, porque o Cadeirudo vive arrastando sua busanfa descomunal pra lá e pra cá, sem saber se acode cabôco afogado por essa cheia medonha ou se adula cartola da Fifa pra arrancar dos paraenses a tal da Copa (sem um caminhão de dólares, aquele Vivaldão-Neverland nunca vai sair do Power Point dele). E tá sem vice-governador, já que o Ganso não sabe onde enfiar as fuças depois que o maninho-problema esmurrou o "fessô-dotô" em plena sala de aula, na frente de todo mundo. O blog do Holanda e o site do Maskate tão mais excitantes que um box inteiro do Law & Order.
Daí eu cheguei a conclusão de que a única coisa que ainda segura essa cidade no lugar é a economia - já que a política virou ficção. Então, uma vez que o Pólo Industrial (Deus nos defenda de perdê-lo) é quem, de fato, bota ordem na casa e faz a carroça andar, nada melhor que assuma, também, o poder público! Vamos criar o Estado Independente da Zona Franca e botar a Flavia Grosso pra diretora-prefeita-presidente, minha gente! A mulher já provou que segura um dobrado, não tem medo de cara feia de paulista e adora uma briga (desde que gere dividendos, claro). O capitalismo tem que virar regime político e mandar no Estado - sai mais barato e bem mais lucrativo. Até as forças armadas vão ser mais eficientes: os consultures de vendas e operadores de telemarketing poderão finalmente assumir seu verdadeiro papel - de guerrilheiros e mercenários. Vamos dar as mãos e o sangue em nome desta causa, cabocada! Por Deus, pela pátria e pelas ações das indústrias de componentes!
UPDATE: Não se pode elogiar. Lá me aparece a Grosso na Crítica pedindo penico, pois que a Suframa tá falida. Agora, só a Fifa salva essa terra.
terça-feira, 7 de abril de 2009
"Twilight" tá datado! Bizarro mesmo é o Tarumã!
Eu não sei como é que o Tarumã ainda não virou referência obrigatória na Wikipédia das Visagens, já que - quando se trata de coisas que não existem (pelo menos pro Padre Quevedo) - aquele matagal faz Transilvânia e Forks juntos parecerem o barzinho do Friends. Só o Tarumã tem história de assombração pra todos os gostos: antigamente era saci, mapinguari, cobra-grande, cachorro com a pele do avesso e até uma vampira "alemoa". De tempos pra cá, o time de coisas-ruins deu uma modernizada: são chupa-cabras, E.Ts, espíritos possuidores, adoradores do capeta e especuladores imobiliários que tomaram a paisagem de assalto. No Tarumã, os celulares da Vivo pegam mensagens subliminares, os da Oi pegam linha cruzada de Bogotá e os da TIM... bem, nos da TIM não dá pra notar a diferença. Também foi no Tarumã que a primeira "Loira do Taxi" surgiu no imaginário popular - e ficou tão famosa que abriu uma espécie de franchising para muitas capitais do Brasil, que hoje contam a mesmíssima história sem nem desconfiar que tudo começou aqui.
A coisa só não é pior porque o que não falta no Tarumã é gente rezando pra manter as forças do Capiroto a distância. Rezando, aliás, pra tudo que é santo: aqueles maltratados bosques devem ser o único CEP do mundo a reunir, em plena harmonia, seguidores de toda Fé - dos tambores de umbanda frenéticos aos sussurros zen da turma da União do Vegetal. Sem deixar de lado, é claro, dúzias de capelinhas católicas e uma infinidade de cultos evangélicos. A turma New Age, Wicca e adjacências, com seus cristais e duendes, também usam o Tarumã como parada obrigatória de seus incensados retiros. Descendentes de índios Saterê, que há alguns anos lá haviam fincado pé na marra, sabe Tupã por quais motivos, também praticavam suas pajelanças tarumânicas numa boa - até serem expulsos pela polícia num episódio digno, senão de Arquivo X, pelo menos de Jornal Nacional. E, se procurar bem, não deve ser difícil encontrar perdidas pelo mato umas estátuas hindus de fazer a Glória Perez torcer os chakras de inveja.
Daí que eu tô juntando patrocínio pra aproveitar esse imenso potencial ainda não explorado: vou montar o Tour Místico Bizarro Kid no Tarumã! Já comecei a bolar o marketing viral, mapeando os pontos misteriosos mais interessantes com direito a link no Google Earth e Testemunhais do Além a cada 15 minutos no Twitter. Visitantes suficientemente corajosos, caso não desapareçam no trajeto, vão ganhar brindes variados: crucifixos, patuás, incensos e CDs do Padre Fábio Botox (se quiser, pode trocar pelo Thriller do Michael Jackson, que canta melhor e assusta tanto quanto). E quem descobrir a lendária passagem para o Acre ainda leva de graça um pacote opcional que inclui Sessão Descarrego no Canal Livre, Abdução ao Vivo na Ponta Negra e Farofada com Pagode na Cachoeira das Almas! Vai ser, como diria o narrador da Sessão da Tarde, "uma aventura do Outro Mundo"!
quarta-feira, 18 de março de 2009
REVOLTAS CULTURAIS DE BIZARRO KID
Revolta nº3: BUNDA NA JANELA, NÃO!
Einstein era misógino. Van Gogh, esquizofrênico e suicida. Elvis era um tarado e Lennon, convenhamos, um tremendo mala. São poucos dentre milhões de exemplos que atestam um fato simples: seja medíocre ou genial, qualquer obra é infinitamente mais útil que seu autor.
Daí o fato de eu simplesmente recusar convites para os Orkuts, Facebooks e Twitters da moda: na minha não tão humilde opinião, só escancara as trivialidades da própria vida quem não tem mais absolutamente nada de aproveitável pra mostrar.
Pessoas não são interessantes. O cotidiano delas, menos ainda. É mais fácil eu querer saber o tema da sua monografia do que gastar meu tempo vendo fotos da sua formatura. E é claro que eu fico feliz pela sua viagem, mas um simples e breve relato seria mais válido do que ver duzentas fotos suas só de sungão ou biquíni surrado numa praia absolutamente comum de Fortaleza. Esse tipo de egolatria gratuita é simplesmente deprimente - e nem vou entrar no mérito da tal "Era da Não-Privacidade": ainda sou do tempo em que cada um tinha mais era que cuidar da sua própria vida e pretendo continuar assim.
O que as pessoas pensam, o que elas criam, as impressões e distorções que elas tem da realidade, isso sim vale a pena conhecer. Coisas que ficam, que acrescentam algo. De uma simples monólogo inspirado à proxima Monalisa, tá cheio de gente criativa exibindo coisas muito mais interessantes que a coleção de canecas de chopp do avô paterno, em comunidades como o My Space, o DeviantArt, o Sellaband, o Garganta da Serpente e até nos "datados" youtubes e blogs por aí. Esses eu acompanho com gosto. São provas de que a tal revolução da internet pode, sim, contribuir para que nós possamos compartilhar o que realmente interessa - e assim, quem sabe, nos tornarmos um pouco menos alienados, um pouco menos fúteis, um pouco menos burros.
O que não dá mesmo pra entender é como é que alguns dos cérebros mais brilhantes da tecnologia de informação concebem ferramentas que permitem a um funcionário público aposentado dedicar 140 toques à narrativa do que ele comeu no almoço. E ainda ter trocentos "seguidores" interessadíssimos em saber disso...
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
REVOLTAS CULTURAIS DE BIZARRO KID
Revolta nº1: ENGASGADO COM JARAQUI
O Greenpeace que não me ouça, mas o preciosismo regionalista de certas personalidades amazonenses pretensamente cult me dá vontade de pôr todo esse matagal abaixo e construir um puta shopping no lugar. Não que eu não tenha Orgulho de ser Amazonense®. Ainda acho que um bom caldo de peixe barra qualquer Burger King do planeta, e que ver um pôr-do-sol equatorial com os dois pés de bubuia na água morna do Rio Negro é pra lavar a alma de qualquer um. Mas, caceta, parece que TUDO o que se escreve, canta, dança, filma, pinta ou borda nessa cidade TEM que obrigatoriamente incluir “referências regionais”. E dá-lhe jaraqui, farinha, boi, tucupi, floresta, rio e cheiro da minha cabôca. Será que alguém já se tocou que Manaus, goste ou não, cresceu pra burro e metade dessa curuminzada nascida e criada na Metrópole da Amazônia® nunca viu uma onça fora as do CIGS e nunca pescou uma única piranha na vida (a não ser aquelas besuntadas de Kolene no Forró do Bagaça)?
Quer matar um redator publicitário de raiva é virar pra ele e tascar um “Ah, faz aí um VT REGIONAL". “Escreve um jingle TIPO TOADA”. Então, tá. É só arrumar umas regionalíssimas índias gostosonas Made In Zona Leste e encher os traseiros delas com igualmente regionalíssimas penas de arara Made in Taiwan. Ou então rodar três horas de voadeira pra ir até aquela tribo de tradições 100% autênticas e negociar casting com índios que só aceitam pagamento em dólar e calção Adidas (espelhinho tá out). O último indiozinho de verdade que eu encontrei pra rodar um comercial tava correndo atrás de uma mucura e gritando “Pikachu, Pikachu!”. Senhores regionalistas xiitas, vão cagar no mato e deixem minha alienação capitalista urbanóide em paz.
Revolta nº2: TÃO ME AGOURANDO!
Entre os “1.000 Lugares para Conhecer Antes de Morrer”, os “100 Filmes para Ver Antes de Morrer” e os “1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer ou Pedir Divórcio”, eu me pergunto se as livrarias um dia vão voltar a dedicar espaço de destaque em suas estantes à literatura feita pra gente normal – do tipo que, como eu, não pretende morrer tão cedo.
Meu epitáfio, a ser escrito num futuro Deus queira bem distante, certamente não será um checklist das coisas que fiz ou deixei de fazer, muito obrigado. Até porque não caberia no túmulo, a não ser que eu fosse um faraó. Ninguém em seu juízo perfeito faz questão de lembrar da óbvia e dolorosa constatação de que todos nós vamos empacotar um dia - sem ter feito, dito, conhecido, comido ou cometido metade das coisas e pessoas que pretendia. Até porque, antes dessa moda macabra e agourenta de roteiros pré-morte ser lançada no mercado literário, já havia em boa quantidade livros cuja função parece ser a de acelerar a putrefação do leitor – taí as séries esgotadas do Lair Ribeiro e do Paulo Coelho que não me deixam mentir.
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E esse foi só o primeiro par de Revoltas, do que promete virar uma série... Matéria-prima é que não me falta.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Festa da Garrafa Colorida de Rio Preto da Eva!
Funciona assim: primeiro, você reúne o seu galeral. Quanto mais galerosos, melhor. Mas há regra! Tem que ser de parelha: uma gueguete pra cada dois galerosos, que senão não dá briga e aí perde a graça.
Galeral reunido, se pica pra Rio Preto da Eva, que lá o banho é mais barato e mais liberal que em Presidente Figueiredo e tem ônibus de farofeiro a cada meia hora. E melhor: por lá, a Festa da Garrafa Colorida já é tradição nas noites.
Cê chega na Festa e paga o ingresso - ou então ameaça o porteiro com seu terçado pra entrar na faixa. Mas recomendo pagar. Primeiro, porque dá direito a uma garrafa de cortesia; segundo, porque os porteiros de lá já tão acostumados a lidar com galeroso e você provavelmente vai sair todo ticado e perder o melhor da festa. Então, deixe de ser mão de vaca e pague os três reais da entrada, porra. Ou então encarne o traveco, já que mulher entra de graça até 5 da manhã.
Entrou? Beleza. Vá até o bar. Compre a Garrafa Oficial: é uma garrafinha pet transparente, dessas de água mineral reaproveitada. O barman vai encher a garrafinha com cachaça da sua preferência, olha que chique (tem Corote Comum, Cirrose Extra e Cristal). Aí que vem a parte legal: você ganha inteiramente de grátis um pacotinho de ki-suco pra fazer um mix com a cachaça - sabor à escolha! Daí sai todo mundo com suas garrafinhas vermelhas, amarelas, verdes, roxas, uma pra cada tipo de suquinho cancerígeno. Super fofo.
É uma festa criativa, barata e democrática: tem muito "barão" dono de sítio nos arredores que pinta por lá, e alguns são tão metidos a besta que levam até a própria groselha, pra fazer inveja. O horário-família vai até umas duas da manhã, onde suas chances de sair ileso são consideráveis. Depois disso, vira o horário exclusivo para galerosos VIPs, onde a Festa da Garrafa Colorida vira o tradicional Baile do Highlander (só pode haver um). Você até pode ficar detrás da cerca pra ver os duelos, mas fazer apostas pega mal.
Ah, e seja educado. Há postos de coleta para reciclagem das garrafas - todas vão ser utilizadas de novo, na próxima festa. Se alguém pegar você mijando dentro de uma delas, vai ficar feio: galeroso moderno tem consciência ecológica.
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