quarta-feira, 18 de março de 2009
REVOLTAS CULTURAIS DE BIZARRO KID
Revolta nº3: BUNDA NA JANELA, NÃO!
Einstein era misógino. Van Gogh, esquizofrênico e suicida. Elvis era um tarado e Lennon, convenhamos, um tremendo mala. São poucos dentre milhões de exemplos que atestam um fato simples: seja medíocre ou genial, qualquer obra é infinitamente mais útil que seu autor.
Daí o fato de eu simplesmente recusar convites para os Orkuts, Facebooks e Twitters da moda: na minha não tão humilde opinião, só escancara as trivialidades da própria vida quem não tem mais absolutamente nada de aproveitável pra mostrar.
Pessoas não são interessantes. O cotidiano delas, menos ainda. É mais fácil eu querer saber o tema da sua monografia do que gastar meu tempo vendo fotos da sua formatura. E é claro que eu fico feliz pela sua viagem, mas um simples e breve relato seria mais válido do que ver duzentas fotos suas só de sungão ou biquíni surrado numa praia absolutamente comum de Fortaleza. Esse tipo de egolatria gratuita é simplesmente deprimente - e nem vou entrar no mérito da tal "Era da Não-Privacidade": ainda sou do tempo em que cada um tinha mais era que cuidar da sua própria vida e pretendo continuar assim.
O que as pessoas pensam, o que elas criam, as impressões e distorções que elas tem da realidade, isso sim vale a pena conhecer. Coisas que ficam, que acrescentam algo. De uma simples monólogo inspirado à proxima Monalisa, tá cheio de gente criativa exibindo coisas muito mais interessantes que a coleção de canecas de chopp do avô paterno, em comunidades como o My Space, o DeviantArt, o Sellaband, o Garganta da Serpente e até nos "datados" youtubes e blogs por aí. Esses eu acompanho com gosto. São provas de que a tal revolução da internet pode, sim, contribuir para que nós possamos compartilhar o que realmente interessa - e assim, quem sabe, nos tornarmos um pouco menos alienados, um pouco menos fúteis, um pouco menos burros.
O que não dá mesmo pra entender é como é que alguns dos cérebros mais brilhantes da tecnologia de informação concebem ferramentas que permitem a um funcionário público aposentado dedicar 140 toques à narrativa do que ele comeu no almoço. E ainda ter trocentos "seguidores" interessadíssimos em saber disso...
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